Visitar Arles: roteiro Van Gogh
Arles é uma cidade pequena que fica no sul da França, na região de Provence. Ao redor estão Avignon, Aix-en-Provence e Marseille – cada uma desses cidades possui alguma ligação com os pintores dos movimentos de vanguarda do século XX.
Basta lembrar de Les Demoiselles d'Avignon, que marcou o cubismo de Pablo Picasso; a montanha de Saint-Victoire, em Aix-en-Provence, tantas vezes pintada pelo impressionista Paul Cézanne (que chegou a ter uma casinha-ateliê na montanha); as pinturas do Porto de Marseille pelo pontilhista Paul Signac, e muitas outras.
Esta região mediterrânea inspirava – e ainda inspira – pelas suas belezas naturais, o clima mais quente e, claro, as praias.
Talvez a mais marcante das referências visuais que tenhamos do sul da França ainda seja através das pinturas de Van Gogh. O céu azul e os girassóis amarelos e alaranjados, a paisagem de Arles e arredores.
Arles foi um dos locais mais importantes para a obra de Vincent Van Gogh. Ali ele criou a maior parte das 500 pinturas a óleo e desenhos que produziu no curto período de 1 ano e meio que viveu no sul da França.
E, principalmente, ali ele encontrou o sol forte, a luz tão diferente do céu cinzento do norte da Europa, e as cores do campo – elementos que impactaram a sua maneira de pintar e se tornaram a imagem de marca.
Para ver os famosos campos de girassóis é fazer um tour a partir de Arles para visitar o asilo Saint Paul em Saint-Rémy-de-Provence, onde Van Gogh se internou em 1889, depois do surto que o levou a brigar com o seu amigo Paul Gauguin e cortar a sua própria orelha.
Foi da janela do seu quarto neste asilo que ele viu e pintou a famosa Noite Estrelada sobre o campo de trigo, que hoje é parte do acervo do MoMA de Nova York.
Fundação Van Gogh, em Arles
A Fundação Van Gogh é um centro de exposições criado para preservar a memória do pintor e estimular o desenvolvimento da arte contemporânea. É um espaço mais pequeno que o Museu do Van Gogh, em Amesterdão, mas vale a pena a visita.
Em vez de manter uma coleção permanente, a Fundação promove eventos e exposições temporárias. Geralmente são duas mostras simultâneas: uma sobre Van Gogh e outra sobre algum artista contemporâneo influenciado por ele.
As exposições são muito interessantes: é sempre um recorte de um período, tema ou fase artística. Isso nos dá a oportunidade de conhecer Van Gogh para além dos quadros mais famosos. Já teve uma exposição de desenhos e gravuras, por exemplo.
Outro ponto de interesse é a arena de Arles, que é muito parecida com o Coliseu de Roma.